sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Congresso Internacional de Catequese em Roma

Roma, 26 de Setembro de 2013

CONGRESSO INTERNACIONAL DE CATEQUESE

Hoje teve início o Congresso Internacional de Catequese na cidade do Vaticano, com o tema: O Catequista, Testemunha da Fé, com a participação de 51 países dos cinco continentes. Ainda não temos preciso o número de brasileiros, mas acreditamos que chega a uma  média de 40 pessoas entre bispos, padres, religiosas e catequistas.
A abertura do congresso foi presidida pelo Secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Octavio Ruiz Arenas. Foram lembrados os 50 anos do Concílio Vaticano II e os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica.
A Igreja transmite uma fé viva e teve a sua maturação e crescimento através da catequese, e por isso reconhece que os catequistas são testemunhas vivas desta fé. A catequese é uma escola da fé, e no encontro pessoal com Jesus Cristo os catequistas entendem que são chamados a evangelizar pela Igreja e devem comunicar com fidelidade a vida e a doutrina de Jesus. E esta evangelização não pode ser isolada, devemos ter ousadia com humildade. Como afirma o Papa emérito Bento XVI: “o coração da pessoa precisa ser aberto para a experiência com Deus, a Evangelização precisa chegar ao coração de cada pessoa. É pelo coração que o Espírito chega ao mundo.” Os frutos da obra da  catequese, são obras do Espírito. É o Espírito que educa na fé. A fé não se adquire apenas pela comunicação dos catequistas, mas sim pela sua espiritualidade e comunhão eclesial. A catequese é um testemunho que nos leva à santidade.
É necessária uma formação permanente para os catequistas precisamos  construir Centros de Formação para que os catequistas aprofundem a fé, a fim de que todos possam aprender sobre Jesus Cristo.
Foi apresentado um filme sobre o CREDO.
A introdução ao Congresso foi feita pelo Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella com o tema:  A catequese no contexto da nova evangelização.
Na exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi no número 44 afirma que uma via que não há de ser descuidada na evangelização é a do ensino catequético. A inteligência nomeadamente a inteligência das crianças e a dos adolescentes, tem necessidade de aprender, mediante um sistemático ensino religioso, os dados fundamentais, o conteúdo vivo da verdade que Deus nos quis transmitir, e que a Igreja procurou exprimir de maneira cada vez mais rica, no decurso da sua história. Depois, que um semelhante ensino deva ser ministrado para educar hábitos de vida religiosa e não para permanecer apenas intelectual, ninguém o negará. E fora de dúvida que o esforço de evangelização poderá tirar um grande proveito deste meio do ensino catequético, feito na igreja, ou nas escolas onde isso é possível, e sempre nos lares cristãos; isso, porém, se os catequistas dispuserem de textos apropriados e atualizados com prudência e com competência, sob a autoridade dos Bispos. Os métodos, obviamente, hão de ser adaptados à idade, à cultura e à capacidade das pessoas, procurando sempre fazer com que elas retenham na memória, na inteligência e no coração, aquelas verdades essenciais que deverão depois impregnar toda a sua vida.
É preciso responder não o quando Evangelizar, mas como evangelizar. O anúncio é primordial para a Evangelização. Paulo VI aponta a famosa expressão do homem contemporâneo, sobre o horizonte da nova cultura, onde a cultura da imagem não pode predominar sobre a cultura da palavra, a partir desta realidade é preciso recuperar o valor da homília, pois a catequese está inserida no mundo, na liturgia, palavra de Deus que é anunciada. A Igreja tem como primeira missão a evangelização. A catequese não deve subestimar a força do anúncio. A catequese supõe a evangelização, a Igreja sempre evangelizou, sem evangelização não há Igreja, a sua natureza é Evangelizar.
A partir das atuais necessidades a Igreja é chamada a evangelizar em várias realidades e contextos diferentes, levando em conta: a rapidez das informações, o domínio da técnica, o analfabetismo religioso, a falta de identidade crente, a perda de pertença a Igreja, a crise dos batizados nos contextos eclesiais, a fuga do sacramento do matrimônio por vergonha de manifestar a fé cristã, uma fé fraca... A catequese marca um momento central da História da Igreja. A catequese não só faz os cristãos, mas ajuda os fiéis a aprofundar a própria identidade.
Aconteceu a Lectio Divina do texto de Lc 24,13-35 conduzida pela Prof. Bruna Costacurta, diretora do departamento de Teologia Bíblica da Pontifícia Universidade Gregoriana.
Foram destacados cinco pontos:
1.    O texto narra a descoberta do túmulo vazio. O dia 1 a luz faz uma analogia com o nosso domingo, uma ligação com o livro do Gênesis, o projeto divino da criação. Início dos novos tempos. A luz da ressurreição ilumina a vida.  Mas a luz ainda não é total. O sinal do túmulo vazio ainda é um mistério. A fé dos discípulos precisa de uma experiência íntima que toca o coração.
2.    A partir da situação de todo um contexto inexplicável de procura: dois discípulos desconhecidos; se sabe pouco sobre eles, presenciaram acontecimentos dolorosos e misteriosos. Eles estavam às escuras, a luz pascal não tinha ainda os atingido.
3.    Jesus se faz companheiro de caminhada. Jesus não aparece com respostas prontas, respeita o tempo deles, caminha com eles e aguarda o tempo certo para revelar-se.
4.    A tristeza os cega, o anúncio e a catequese são importantes para abrir o coração, Jesus abre o coração, sua catequese inicia com uma pergunta, explicita a própria tristeza, é preciso responder com as escrituras. A catequese precisa das escrituras, pois aí estão as respostas.
5.    Abrir-se ao encontro pessoal com Deus. Eles não queriam permanecer sozinhos porque já era tarde. Percebem o gosto da verdade, os olhos e o coração O percebem. Na fração do pão, na Eucaristia podemos reconhecer que Jesus é o ressuscitado. Ainda hoje existe violência, dor, porém o Reino está aí, Jesus ressuscitou e precisamos levar este anúncio como catequistas, sentindo os nossos corações arder.
Esta é a importância da Nova Evangelização. Jesus é o mestre que educa a fé. Jesus tornou-se companheiro do caminho, permite que apresentem os problemas e manifestem suas dúvidas, o processo de conversão passa por todos os profetas. A Nova Evangelização deve revelar Jesus.
A primeira conferência foi conduzida pelo Dr. Petroc Willey, vice-diretor do Instituto Maryvale, com o tema Deus procura o homem e se revela. A Revelação é a fonte da catequese. Através da parusia, que significa falar tudo sem esconder nada, confiança filial. O Pai fala tudo sobre si. O Filho escolhe revelar o Pai. Deus se fez conhecer através da sua esposa; a Igreja. Como catequistas devemos lembrar que o ensinamento é de Jesus e não nosso. O catequista precisa ensinar algo que lhe foi revelado. Ensinar com simplicidade, clareza, coragem. Cristo ensina, o catequista é o porta voz de Cristo.
A segunda conferência foi proferida pelo Pe. Manuel José Jiménez Rodríguez,  Capelão da Universidade Nacional da Colômbia e Assessor do Departamento de Catequese da Conferência Episcopal Colombiana com o tema: Igreja primeiro lugar da fé. A fé é dom de Deus. A fé é ato pessoal. A Igreja transmite a fé. A fé é ato eclesial, a Igreja é a primeira que crê. A fé nasce da Igreja conduz e alimenta a fé pessoal. É preciso crer em Deus eclesialmente. Na Igreja cada crente se converte e conduz à Igreja, o encontro com  Cristo conduz a fé, que não é para ser guardada, mas testemunhada. A eclesialidade da fé é teológica e pedagógica. A pedagogia catequética deve ter a dimensão eclesial comunitária. Não há fé autêntica sem prática na Igreja, a comunidade é o lugar da fé.

Pe. Eduardo Calandro, Pe.Jordélio Siles Ledo, css,  Pe.Guilherme Micheletti, Cleide Scucel, Maria Cristina Teles Nascimento, Michelly Fleming dos Santos. 

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